Arte Medicinal Palhaçal

Arte Medicinal Palhaçal Essencial
Guia: Alexandre Luis Casali
Arte como Intento de se conhecer
ONLINE:  21 e 22 de novembro e após 15 dias, 05 e 06 de dezembro

“Só rimos do que compreendemos; quem ri de si mesmo encontrou a autocompreensão.”
-Alexandre Luis Casali

-“…que transformemos, ou percebamos o caminho de conhecer-se como uma arte.
Uma vez que a expressão artística é prazerosa, é por si uma realização para quem a executa.
Que nossa prática seja uma arte da maneira de viver. Toltecas são artistas da arte de viver.
Pois por ser arte fazemos porque gostamos, senão não há sentido.
Devem estar cheios de regozijo pelo simples fato de praticar os exercícios que te levam a crescer e se conhecer.
Pois, como arte, possui uma recompensa em si mesma, pelo simples fato de pratica-la…”
– Don Carlos Jesus Castillejos. Guardião da Linhagem Maya Tolteca: – Retiro Hun Winik 2017

Arte Medicinal Palhaçal Essencial
Guia: Alexandre Luis Casali
Arte como Intento de se conhecer
ONLINE:  21 e 22 de novembro e após 15 dias, 05 e 06 de dezembro

Informações Completas:

Objetivo geral

Transformar os momentos da vida (incluindo este momento planetário), as situações do trabalho, as circunstâncias familiares, emocionais e relacionais em um campo de prática e crescimento.

Objetivos específicos:

• Neste treinamento iremos investigar alguns matizes de sí mesmo através de alguns fundamentos e práticas que unem a arte, o autoconhecimento e a liberação de memória;
• Trabalho utilizando o tempo quadri-dimensional: o tempo como ação. Tempo sinônimo de transformação, movimentos, mudanças e atos práticos. Ao contrário do tempo como números que passam;
• Recriar a si a partir da recriação da própria memória;
• Investigar o intento de transmutar-se e tornar-se um ser humano nº 4: Intento Evolutivo. Conciliando percepções sobre as dualidades relativas no dia a dia e aprimorando a fusão do desenvolvimento simultâneo de fisicalidade, emoção e razão. (conceito do 4º caminho);
• Pesquisa em si e intento de praticar os 4 artifícios da Arte da Espreita (estudo do próprio comportamento seja consciente ou automático);
• Trabalho de percepção da auto imagem (ego, personalidade) e conciliação com esta parte de nós para poder perceber outras partes mais sutis;
• Solitude: treinar a independência. Exercitar ser livre da dependência de grupos, ou de amigos para poder praticar propostas de crescimento pessoal e aplicar caminhos de autoconhecimento. Estaremos juntxs na plataforma e no virtual e ao mesmo tempo cada qual com nossas solitudes, cada pessoa em seu espaço sagrado;
• Conciliação: Treinar aceitar paradoxos: unidade x dualidade; conciliação com o ego; conciliação com a dualidade;
• Utilização da própria situação (interna, familiar, social e planetária) como prática e material de alquimia de crescimento. Os afazeres domésticos, o home office, a família, estar em casa, a tecnologia, os filmes disponíveis e etc., como campo do “bom combate” ou “guerra florida”, adversidades que dão polimento a alma e aperfeiçoam-nos no intento de crescimento;
• Investigação do “ego espiritual” ou face espiritual da personalidade. Percepção e conciliação da lógica binária e maniqueísta que o desequilíbrio deste aspecto pode gerar:  gosto X não gosto; bom X mau; bem X mal; certo X errado; amar X odiar; divinizar X demonizar; eternizar X aniquilar.

Conciliação dos aspectos relativos desta parte de nossa personalidade espiritual:

Sombra: soberba, rigidez, seriedade, dualismo, exclusivismo, auto centrismo, orgulho, ambição de poderes, fuga da realidade comum, inadequação na sociedade, abuso de poder, inveja “branca”, identificação, invasividade, auto mentiras, luxuria, hedonismo, ficção divina, senso de eternidade, ilusão de já estar realizado, os 4 inimigos do caminho (medo, clareza, poder e velhice).

Luz: consciência, compreensão, pragmatismos, disciplina, desidentificação, escuta ao outro e ao universo, leitura de presságios, auto responsabilidade, desapego, compaixão, incondicionalidade, intento inquebrantável, silêncio interno, informação, sabedoria, humildade, coragem, paciência, amor verdadeiro uno, curandeiro, virtuosismo, virtudes, senso de transitoriedade, guiança, pajelança.

Metodologia:

Palestras: Conversas profundas sobre fundamentos de conhecimentos de linhas e vertentes integrados para auto compreensão e apropriação das práticas nos tornando independentes tanto do grupo como do guia.

Deveres de casa: exercícios e tarefas para serem feitas usando os afazeres da casa, ou pendências que estão sendo adiadas. Usaremos também as relações familiares. Respeitando os limites e momentos de cada pessoa.

Exercícios de artes cênicas (teatro, circo, dança, mimica, máscara e palhaçaria): contato com o corpo e nossas coordenações físicas que nos conduzem à ludicidade, bom humor diluindo de maneira leve a rigidez.

Passes mágicos (tradição tolteca; mesoamericana): Exercícios psicofísicos com o intento de permitir a abertura dos canais energéticos do corpo gerando reacomodação energética e estado de presença.

Alongamentos de base Yoga: para abrir canais de energia que deve fluir no corpo e possibilitar os estados de graça, presença, concentração, silencio interno e escuta.

Exercícios de riso Taoístas: Utilização do riso e da gargalhada como potencial modificador de estados de consciência.

Chi kung: exercícios psicofísicos para abertura de fluxo de energia a partir dos ligamentos e respiração.

Práticas de liberação de memória: Recapitulação Tolteca, Ho Oponopono, Release Technique e meditação Zen Budista. Exercícios meditativos de auto observação para soltarmos e desapegarmos de questões internas a partir da aceitação da existência desta e da possibilidade de não deixarem de existir. Fundamentado no dizer “sim” ao que é e abrir mão de querer mudar, controlar e garantir segurança, o relaxar em si pode gerar liberação.

Apresentando a proposta desta experiência.

Serão 4 dias de trabalho, com 3 períodos de 3 horas cada dia. Totalizando 6 horas diárias. Com carga horária total de 24 horas com o guia. Serão abordadas as práticas, fundamentos e propostas que listamos acima nestes 4 dias.

1º dia: auto scanner – Observar-se:

Identificar sob uma perspectiva carinhosa a própria sombra aplicando a arte do palhaçaria como ferramenta de auto honestidade, auto verdade desarmando as mentiras que contamos a nós mesmos. Fazer uma avaliação e investigação do seu momento atual: crises, defeitos, falhas, frustrações, manias, hábitos, vícios. Mas também compreensões, consciência, virtudes, facilidade, habilidades, potências. Estes aspectos serão identificados nos tempos chaves de nossas vidas e que são arquétipos em nós: a maturidade, o adulto, a adolescência e a criança.

2º dia: a explosão do bufão e a luz da adolescência:

Revisitar as forças que trazemos da Adolescência: o que tem de luminoso e o que tem de sombrio. Iremos fazer contato e daremos voz e corpo ao nosso querido monstro de dentro. Investigaremos a força da vontade, a coragem, a franqueza, a iluminação, a criação de si, os sonhos, os desejos e outros aspectos desta época. Observaremos a auto imagem, a auto piedade, a indulgência, a perversidade, a covardia, a tirania e outros aspectos desta época. O intento é se integrar e agradecer por ser quem somos…

3º dia curumim de si: Senso de Unidade e a potência da Inocência.

Investigar a criança que fomos e que trazemos em nós. Onde ela ainda habita no nosso dia a dia? Como conseguimos despertar esta força em nós? Perceber nossa criança como a parte mais antiga que temos em nós: Ludicidade, curiosidade, estado de graça, criatividade, fluxo de constante crescer e renascer, ancoramento no aqui e agora, silêncio interno, sinceridade, verdade, fé no universo, nas outras pessoas e em si além outros aspectos tão profundos quanto que são as fagulhas de nossos curumins.

4º dia integração: Ritos de Passagem

Criaremos nossos próprios ritos de passagem para integrar a criança, adolescência e o adulto organizando rituais para as transições:

1. Criança, pré-adolescência, adolescência;
2. Adolescência, jovem-adulto, adulto;
3. Adulto, adulto maduro, maturidade maior.

Iremos requalificar nossa memória e transformar a tendência do sinônimo de que “adulto e ser responsável” é diretamente ligado ao fato de se tornar uma pessoa “séria, dura e rígida”. A proposta é perceber esta fase de habilidades a responder ao mundo (responsabilidades existenciais), como a maior aventura de todas: crescer, se transformar, ouvir o universo e realizar o destino da alma. Este insight é a integração com a criança e o jovem, pois a criança é nosso implacável impulso de crescer e conhecer e o jovem a coragem de se aventurar no desconhecido e nos mistérios.  Recontaremos nossa história como um conto de poder percebendo nosso poder pessoal e eventos memoráveis de sorte, sincronismo, sucesso e cura.

Justificativas

Transformar a vida, as situações no trabalho, a circunstância familiar e emocional em um campo de prática é fazer da vida uma arte em que a obra é o próprio crescimento. E desta maneira conseguirmos aproveitar principalmente os erros para corrigirmo-nos de maneira efetiva e bem humorada. A Arte da Palhaçaria, mesmo quando como arte cênica, propõe em essência “o estado de graça”, que será a causa do que chamamos de engraçado. Este estado também é consequência da gratidão, que tem como fundamento aceitar o que a realidade nos traz com felicidade. Mas será que seriamos capaz de agradecer pelo que chega até nós em qualquer circunstância? Atingir uma Gratidão Incondicional?

Pela lógica palhaçal de inverter os lados dos conceitos e propor uma cambalhota no pensamento, ofereceremos não um treinamento de disciplinas espirituais, mas uma experiência de Arte Tolteca no tom da Palhaçaria Sagrada. Pelo grande prazer que é se conhecer e crescer, iremos de maneira surpreendente, transmutar o que é dificuldade, obscuridade e equívocos em degraus de aprimoramento e transcendência.

Utilizando o cotidiano, afazeres domésticos, tarefas adiadas, relações familiares e hábitos pessoais como propostas de prática e investigação de si para criar um campo de treinamento para “despertar conscientes a cada instante”, “sempre que lembrarmos” e “quando percebermos que dormimos”.

A partir deste intento, se perceber e se dar conta de seu próprio momento de vida e/ou espiritual, despertando no centro magnético que unifica, acumula e pratica cada informação e disciplina deste caminho: O ego espiritual. Esta parte de cada buscadeirxs é luz, busca luz, pesquisa a luz e paradoxalmente, sendo parte da personalidade, projeta uma sombra muitas vezes até maior e mais forte do que a sombra comum de um ego ordinário e comum.

Mesmo fazendo parte de religiões ou grupos, este trabalho é solitário. Este treinamento aproveitará esta condição natural com o propósito de oferecer ferramentas para utilizarmos a solitude como impulso pra aprofundar nossa relação com nosso caminho de autoconhecimento.

E o Palhaçx o que é?

O palhaçxs por si é alguém estranho, ridículo, lerdo e que em geral falha e perde, ou se dá mal nos jogos e situações, nas esquetes e números cênicos em que se apresenta. Ao contrário das pessoas ditas normais, que ocultam seus erros, estes bobos expõe toda estas características de inadequação e tragédia para rirmos deles junto com eles. O palhaço não é um personagem, mas uma pesquisa de nós, seres humanos, em estado de graça, na disposição pra brincar e jogar principalmente com quem não lhe conhece.

Nos cursos de palhaçaria sempre se busca fazer contato com a sombra, defeitos, estranhezas, feiuras, falhas e pontos de vulnerabilidade que existem dentro da pessoa, como material para investigação desta arte e construção de sua palhaçx pessoal. Logo, será usado em um trabalho de autodenúncia e exposição como material para rir de si mesma e junto de quem está conosco nestas pesquisas.

A arte do Palhaço Sagrado traz a possibilidade de investigarmos e nos conciliarmos com o que muitos caminhos espirituais julgam negativos e muitas vezes negam, e desta maneira suprimem o que é material de alquimia. Suprimir ou negar o sombrio e obscuro é colocar no porão da alma, aquilo que nós mesmos e as pessoas ao nosso redor não aceitam: a sombra, o ego, as falhas, os pontos cegos, os vícios, hábitos degradantes e etc. E como “Egos Espirituais”, a soberba, as condenações, as desqualificações, as comparações, as competições, os abusos, as invasões e etc.

Um pouco sobre Alexandre, Xamanismo e a Arte Palhaçal

Alexandre Luis Casali será o facilitador e se considera buscadeiro de si mesmo na “Medicina Palhaçal Heyoka”, ou melhor dizendo, na “Arte de Palhaçxs Sagradx”. À quase duas décadas oferece cursos de palhaçaria que são procurados por terapeutas, psicólogxs, buscadeirxs, professores, e pessoas das mais variadas profissões que querem se conhecer uma pouco mais pela ótica da palhaçaria.

Para quem busca se conhecer, seus trabalhos propõe a arte como uma ferramenta de auto observação através da ludicidade dos jogos e exercícios teatrais e do contato com o corpo como instrumento de enraizamento e presença. Para quem é artista, as “práticas de conhecimento sobre si” oferecem uma profundidade e um convite a um mergulho em sua parte humana como proposta pra se trazer uma arte mais ampla por exercitarem o “aqui e agora”, como consequência da consciência.

Em sua cosmovisão particular (aprendida pelo estudo de algumas vertentes de “conhecimento de si”), o xamanismo em essência, é a conexão com a Consciência Maior fora e dentro de si percebida através dos diferentes estados de consciência. Para ele o caminho xamânico é perceber as mudanças destes estados e o despertar e adormecer da consciência em si mesmo.

A constante investigação deste fluxo que acontece interna e externamente; as forças, hábitos e práticas que provocam as mudanças nestes âmbitos é tarefa fundamental e obrigatória se queremos nos conhecer. A percepção da conexão de tudo que aparentemente é separado e pode chegar a ser percebido em unidade por consequência das mudanças também é um dos maiores objetivos que um caminho de ascensão nos impele. A compreensão sobre o que no meio de todo este fluxo permanece imutável é a aventura ao qual se propõe a unir forças com outrxs pra investigar.

Nas tribos, onde há palhaços sagrados, sua brincadeira e irreverência oferecem uma reflexão, em geral bem humorada, que gera uma cura e uma nova percepção a respeito do cotidiano e da vida. Nesta arte se utiliza do cotidiano, o nosso trabalho, nossos afazeres com a nossa casa, com a nossa comida, com a nossa família e nossas relações, para poder trabalhar dentro da gente o que estamos precisando. É uma dança e uma conciliação com a crise que todo ser humano passa e está passando nesse momento do planeta.

Em geral, no dia a dia escondemos estas nossas estranhas e grotescas características das outras pessoas. Na medicina Palhaçal tentamos nos conciliar a gente mesmo, compreendendo que tudo isto nos faz únicos e originais. São os pontos de nossa personalidade que podem gerar uma boa risada quando reacomodados dentro de nós, como nossos palhaçxs internos. Neste momento, conseguiremos ter agradecimento por possuir tais defeitos e obscuridades. É deste ponto que atingimos o estado de graça e nos conciliamos com o ego e a sombra. Uma mestra palhaça chamada Ângela de Castro diz que “é desta maneira que palhaçxs evitam as catástrofes no mundo. Ajudando o ser humano a sair da lógica de competir e apontar os defeitos dos outros para a possibilidade de rir de si mesmas. É a maior função do arquétipo do palhaço.”